Hino de Israel

Em hebraico
כל עוד בלבב פנימה
נפש יהודי הומיה
ולפאתי מזרח קדימה
עין לציון צופיה
עוד לא אבדה תקותנו
התקוה בת שנות אלפים
להיות עם חופשי בארצנו
ארץ ציון וירושלים

Transliteração para o alfabeto latino
Kol od balevav penimah
Nefesh yehudi homiyah,
Ulfaatei mizrach kadimah
Ayin letzion tzofiyah.
Od lo avdah tikvatenu
Hatikvah bat shnot alpayim,
Lehiyot am chofshi beartzeinu,
Eretz tzion viyerushalayim.
Lehiyot am chofshi beartzeinu,
Eretz tzion viyerushalayim.

Tradução para português
Enquanto no fundo do coração
Palpitar uma alma judaica,
E em direção ao Oriente
O olhar voltar-se a Sião,
Nossa esperança ainda não estará perdida,
Esperança de dois mil anos:
De ser um povo livre em nossa terra,
A terra de Sião e Jerusalém.

Lag Baomer

Lag Baomer

Lag Baomer ocorre no 33o. dia da contagem do Omer. Por isso seu nome vem do valor numérico das letras - Lamed (30) e Guimel (3).
Sefirat Haomer, a contagem do Omer, é o período de sete semanas entre Pessach (segundo dia) e Shavuot. Lembra o tempo de preparação espiritual pelo qual os judeus passaram entre a saída do Egito e o recebimento da Torá. O Omer é a medida bíblica que determinava a quantidade de cereal recém-colhido a ser levado como oferenda ao Templo, em agradecimento a Deus pela colheita. Esse era um período feliz para os judeus.
Entretanto, em 140 E.C, quando Adriano era imperador de Roma, os romanos atacaram a Palestina e proibiram os judeus de praticar sua religião (estudo da Torá, festejo do Shabat...).
Durante o reinado de Adriano, Rabi Akiva (líder espiritual do povo judeu) ensinava a Torá escondido nos campos e florestas para que os romanos não descobrissem. Para driblar a vigilância dos soldados, os judeus se disfarçavam de caçadores (com arco e flecha) e usavam fogueiras como forma de fazer sinais para avisar a aproximação dos romanos ou até mesmo para ajudar a iluminar e facilitar a leitura dos livros.
Bar Kochba, um dos discípulos de Rabi Akiva, se tornou o líder guerreiro do povo judeu e organizou um exército de resistência para libertação do domínio romano. Os judeus pararam de estudar a Torá e foram lutar. Foi uma guerra muito difícil e muitos judeus morreram. Além dessa guerra, estava havendo uma grande epidemia de peste que provocou muitas mortes. Entretanto, em 33 de Omer, essa doença parou e mais nenhum soldado morreu. Por isso comemoramos Lag Baomer.
Neste dia lembramos também da morte, anos mais tarde, de Rabi Shimon Bar Iochai, um sábio cabalista autor do Zohar, que pediu que sua morte fosse comemorada com alegria.
Portanto, todo o período de Sefirat Haomer é triste para os judeus, pois nos remete aos acontecimentos infelizes daquela época, mas o 33° dia é comemorado com muita felicidade. Este é o único dia da Sefirá em que são permitidas festas.
Em Lag Baomer costumamos fazer festas, fogueiras e brincar com arcos e flechas.
A contagem do Omer está especificada na Torá, em Levítico XXIII:5-15: “No primeiro mês, aos quatorze dias do mês, pela tarde, é Páscoa para o Eterno. E aos quinze dias do mesmo mês, é a festa dos ázimos para o Eterno; sete dias ázimos comereis. O primeiro dia, de santa convocação será para vós, nenhuma obra servil fareis. E oferecereis por sete dias oferta queimada ao Eterno; o sétimo dia, de santa convocação é, toda obra servil não fareis. E falou o Eterno a Moisés dizendo. Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando vierdes à terra que Eu vos dou, e cortardes a sua ceifa, trareis ao sacerdote um “Omer” das primícias de vossa ceifa. E movimentareis o “Omer” diante do Eterno para que seja aceito em vosso favor; no dia seguinte ao primeiro dia festivo da Páscoa, o movimentará o sacerdote. E oferecereis no dia de vosso movimentar o “Omer”, um cordeiro sem defeito, da idade de um ano, por holocausto, ao Eterno. E vossa oblação será dois décimos de “efá” de flor de farinha de trigo amassada no azeite, como oferta queimada ao Eterno, para ser aceita com agrado; e vossa libação de vinho será a quarta parte de um “hin”. E pão, e farinha feita de grãos das espigas verdes, torrada no forno, e grãos verdes de cereais não comereis até este mesmo dia, até trazerdes a oferta do vosso Deus; estatuto perpétuo pelas vossas gerações, em todas as vossas habitações. E contareis para vós desde o dia seguinte ao primeiro dia festivo, desde o dia em que tiverdes trazido o “Omer” da movimentação; sete semanas completas serão”.

Ciclo da Vida Judaica

Ciclo da vida judaica

O judaísmo é marcado por uma série de ritos que pontuam a trajetória de todo judeu ou judia. É o ciclo da vida, que começa com o nascimento da criança e sua inserção no judaísmo, através do Brit Milá para o menino, e da Simchat Bat, para a menina, passando pela confirmação da adesão religiosa no Bar ou Bat Mitsvá, culminando no casamento na Chupá. Este ciclo se repete até o fim da vida; e para este momento, há uma série de cuidados e preceitos a serem seguidos tanto com relação aos preparativos para um enterro adequado quanto ao acompanhamento dos enlutados através das etapas de luto.


Brit Milá:

O Brit Milá, pacto da circuncisão, é o sinal sagrado da Aliança entre Deus e o povo judeu. Ele marca o ingresso do menino na religião judaica.
O Brit Milá foi praticado pela primeira vez por Avraham em si próprio (com 99 anos), em seu filho Ishmael (com 13 anos) e em todos os homens de sua casa – depois que Deus lhe ordenara: “Guardarás a Minha aliança, tu e tua posteridade nas gerações futuras... Todo homem entre vós será circuncidado no oitavo dia do seu nascimento”. (Gênesis 17:9-12). Avraham circuncidou seu filho Itschak, quando este tinha oito dias de vida.
O Brit Milá é realizado no oitavo dia do nascimento, mesmo que este caia no Shabat ou no Iom Kipur. Só se adia o Brit Milá em caso de bebês prematuros, com pouco peso ou doentes, cujo estado de saúde não permita a circuncisão naquele dia.
Esse ritual é executado dentro das mais perfeitas normas de higiene por uma pessoa especializada, o mohel, que deve ser um judeu praticante. O mohel é uma pessoa treinada tanto nos procedimentos médicos quanto no ritual judaico. Embora à mulher seja legalmente permitido ser mohelet, nas comunidades ortodoxas tradicionalmente só homens podem ser mohalim. Atualmente, o movimento reformista vem treinando homens e mulheres para atuarem dentro do rito, costumes e tradições do Brit Milá.
Além da criança e do mohel, participam da cerimônia o pai, que recita uma bênção especial, e o sandik (padrinho – deriva do grego syndikos – protetor), que segura a criança no colo durante a circuncisão. Nesta ocasião, dá-se ao menino o nome hebraico.
Durante a cerimônia são recitadas algumas bênçãos que reforçam a Aliança de Deus com Avraham e seus sucessores. Esta cerimônia, como quase todas as cerimônias judaicas, é seguida de uma Seudat Mitsvá, ou seja, uma refeição em celebração a uma Mitsvá.
O menino nascido de mãe não-judia não pode celebrar o Brit Milá. O que é feito, caso os pais queiram, é a circuncisão realizada por médico ou mohel, sem o cerimonial tradicional. Quando o menino estiver mais velho ele optará por seguir a tradição ou não. Caso a decisão seja positiva, ele passará por um ritual de conversão de acordo com as normas judaicas.

Simchat Bat:
A Halachá, lei judaica, não estipula nenhuma regra sobre a maneira de dar o nome à criança. É costume, entretanto, o pai comparecer à sinagoga no primeiro Shabat após o nascimento de uma filha. Nessa ocasião, ele é chamado à Torá e declara o nome hebraico que será dado à menina. A cerimônia é celebrada alegremente perante toda a congregação e, geralmente, é seguida de um kidush festivo.
Um costume recente, que vem se tornando cada vez mais popular entre os judeus liberais, é a cerimônia de Simchat Bat (Alegria por uma Filha), também chamada de Brit Hachaim (Pacto da Vida), uma celebração que se realiza na Sinagoga ou em casa, alguns dias ou semanas após o nascimento de uma menina. Uma vez que não se trata de uma comemoração haláchica, o ritual não segue normas pré-estabelecidas, podendo ser elaborado com criatividade e sensibilidade pelos próprios pais e pelo rabino da família, baseado nos moldes da cerimônia de circuncisão (Brit Milá).

Pidion Haben:
Pidion Haben, ou Redenção do Primogênito, é a cerimônia que expressa gratidão a Deus por ter dado ao casal o primeiro filho.
De acordo com a referência bíblica, todo primogênito do ventre, homem ou animal, é considerado como pertencente a Deus (Êxodo 13:11-16); os humanos devem ser redimidos e os animais puros sacrificados (Levítico 27:26). A tradição tem origem no Êxodo do Egito, pois enquanto os primogênitos egípcios foram mortos, os hebreus foram poupados. A partir de então Deus exigiu que todos os primogênitos hebreus fossem consagrados a Ele, isto é, ao serviço do Templo. Mais tarde, quando o sacerdócio foi oferecido a Aharon e seus descendentes (os Cohanim), e a função de assistentes dos sacerdotes foi atribuída aos Levitas, Deus instituiu a redenção dos outros primogênitos (os israelitas) como um meio simbólico de livrá-los da obrigação de servirem no Templo. Se o pai é Cohen ou Levi, o filho adquire por hereditariedade o respectivo título bem como as funções inerentes a ele. Assim sendo, ele não precisa ser redimido da obrigação de servir no Templo.
A Torá define como filho primogênito “aquele que abre o útero de sua mãe.” (Êxodo 13:2). Portanto, somente o primeiro filho precisa ser redimido. Se, por acaso, a mãe tiver sofrido um aborto numa gravidez anterior, o primeiro filho já não é considerado o primogênito, uma vez que outro feto “abriu o útero “ antes dele.
A cerimônia de Pidion Haben acontece no 31º dia de vida do bebê primogênito, nascido de mãe judia. Caso o 31º dia caia num Shabat ou Chag, a cerimônia é adiada para o dia seguinte.
A redenção consiste no pagamento de 5 moedas de prata (shekalim) ao Cohen. Durante a cerimônia, o pai traz o bebê para o Cohen, recita as brachot e paga o resgate (o Cohen normalmente dedica este dinheiro à caridade).
O movimento ortodoxo e o movimento conservador mantêm esta tradição. Já o movimento reformista, por não reconhecer o status de Cohen, Levi e Israel, abandonou este ritual, havendo apenas algumas famílias que ainda o observam. Atualmente, há também judeus que celebram o Pidion Habat (redenção da primogênita), quando o primeiro bebê é uma mulher.

Ben / Bat Torá:
Este é o nome que podemos dar a um menino ou menina quando começa a estudar a nossa tradição e é introduzido(a) ao conhecimento da Torá.
Embora não haja uma cerimônia incorporada à nossa tradição, há descrições provenientes da Europa Oriental que nos contam sobre o primeiro dia de aula num Cheder (escola judaica), um século atrás. A cerimônia seria realizada por volta dos 6, 7 anos quando os pais trariam seu filho enrolado num Talit e o apresentariam ao professor, que lhe daria as boas-vindas. Após a aula, o aluno teria o direito de ser o primeiro a se servir de um lanche com bolo, nozes, passas e outros. Conta-se ainda que em algumas localidades as mães preparavam pães de mel ou biscoitos em forma de letras do alfabeto hebraico. Esse costume simbolizava a doçura que a Torá brinda aos seus conhecedores e tinha como objetivo associar seu aprendizado a algo agradável.
É importante salientar que a permissão para a mulher estudar a Torá é relativamente recente. Data do século XIX entre os liberais e de apenas algumas décadas entre os ortodoxos.

Bar / Bat Mitsvá:

Inicialmente é importante ressaltar que o menino ou a menina não fazem Bar/Bat Mitsvá e sim se tornam Bar/Bat Mitsvá. Assim, a partir do momento em que o menino completa 13 anos (segundo o calendário judaico) e a menina completa 12 anos (segundo calendário judaico), eles se tornam respectivamente Bar e Bat Mitsvá, que significam Filho ou Filha do Mandamento. Bar e Bat Mitsvá marcam a passagem da infância para a idade adulta, em termos religiosos. É quando os jovens passam a ser responsáveis por sua conduta moral e devoção. Passam a contar no minian (quorum de 10 pessoas exigido para realização de qualquer ato religioso de caráter público), como um dos três judeus necessários para a recitação do Birkat Hamazon (bênção após as refeições) e a ser responsáveis pelo cumprimento das Mitsvot, entre elas, usar Talit, colocar Tefilin diariamente e jejuar em Iom Kipur.
Coletivamente, cada jovem que se torna Bar/Bat Mitsvá representa uma reafirmação dos valores e tradições judaicas, sobre os quais repousa o futuro do nosso povo.
Este status legal e religioso é reconhecido publicamente através da cerimônia de Bar Mitsvá, que é realizada geralmente, (mas não necessariamente) no primeiro Shabat após o 13º aniversário do menino pelo calendário judaico. Nesta ocasião, o jovem é chamado pela primeira vez para ler um trecho da Torá e/ou recitar as bênçãos antes e depois de sua leitura.
Durante os meses que antecedem essa data importante, o jovem estuda as noções fundamentais da história e das tradições judaicas, as orações, costumes do povo, e os princípios que regem a fé judaica. Aprende também a colocar Tefilin (meninos) e o trecho semanal da Torá relativo ao dia da cerimônia.
A celebração do Bar Mitsvá, para os meninos, inicia-se com a colocação dos Tefilin em cerimônia pública na sinagoga. No sábado seguinte, o Bar/Bat Mitsvá é chamado/a pela primeira vez para a leitura de um trecho da Torá (Parashá) e/ou dos Neviim (Haftará).
A leitura da Haftará tem origem na época do Rei Antíoco (século II A.E.C), que proibiu a leitura da Torá mas não do livro dos profetas, que eram considerados seculares. O povo judeu começou a estudar o livro de Neviim ao invés da Torá. Mesmo depois da proibição ter sido extinta, a leitura deste livro foi mantida.
Não existe nenhuma referência bíblica associando a idade de treze anos à maturidade religiosa. Entretanto, o Talmud menciona que “até o décimo terceiro ano, o pai tem responsabilidade pelo seu filho”. Diz ainda: “se tem 12 anos e 1 dia, os votos por ela proferidos têm valor, se tem 13 anos e 1 dia, os votos por ele proferidos têm valor” (Nedarim 5:6). Além disso, a Ética dos Pais (Pirkei Avot) afirma que aos 13 anos o jovem é responsável pelo cumprimento dos mandamentos da fé judaica (“Aos cinco anos, à Torá; aos dez, à mishná; e aos treze, aos mandamentos.” – Avot 5, 26).
O costume do Bar Mitsvá da forma como nós conhecemos hoje é relativamente moderno. Nem a Bíblia nem o Talmud mencionam tal cerimônia. A primeira referência escrita sobre a sua celebração encontra-se no Shulchan Aruch, código religioso redigido no século XVI.
Esta cerimônia foi instituída na Idade Média, e representa o reconhecimento público, uma oportunidade que o jovem tem de cumprir publicamente uma Mitsvá. Ela pode ser realizada em qualquer dia em que haja leitura da Torá, ou seja, às segundas-feiras, às quintas-feiras, aos sábados pela manhã e pela tarde, em Rosh Chodesh e em festas.
Já a cerimônia de Bat Mitsvá é bem mais recente e é celebrada pelas comunidades reformistas e conservadoras desde o início do século XX. Em 1982 ela foi oficialmente declarada legítima e válida pelo rabino Chefe Sefaradi de Israel, Ovadia Yossef.
A primeira cerimônia de Bat Mitsvá foi realizada em1922, nos Estados Unidos, por Judith Kaplan, filha do Rabino Mordechai Kaplan.
O Bat Mitsvá corresponde à maturidade religiosa alcançada pela menina judia aos 12 anos. A preparação é semelhante à dos meninos. No judaísmo ortodoxo, as mulheres são dispensadas dos estudos religiosos e estão sujeitas a um número bem menor de mandamentos que os homens.
Ao tornar-se Bat Mitsvá, a menina ingressa na comunidade judaica adulta, assumindo formalmente sua responsabilidade religiosa perante seu povo.
O costume de dar festa após o/a menino(a) tornar-se Bar/Bat Mitsvá surgiu na Idade Média, quando se fazia uma Seudat Mitsvá (refeição festiva comemorando o cumprimento de um preceito sagrado). Naquela época, com receio de que o luxo excessivo pudesse deturpar o verdadeiro sentido da festa, algumas autoridades estabeleceram regras limitando o número de convidados e exigindo certo grau de sobriedade. Atualmente, a tradição de celebrar o Bar/Bat Mitsvá está se convertendo em festas com muito luxo e ostentação, o que não está de acordo com o espírito da lei judaica. Em diversos locais do mundo, a família doa o correspondente a 10% dos gastos com a festa para alguma instituição beneficente.

Noivado - Tenaim (condições):
A cerimônia de noivado na religião judaica chama-se tenaim, que significa condições. É uma promessa mútua, um contrato para um futuro casamento, feito pelos próprios noivos ou pelos seus pais.
Originalmente, a cerimônia de tenaim, não tinha uma conotação legal. Ela adquiriu um caráter mais formal somente nos tempos talmúdicos, quando foi elaborado um documento especial, shtar tenaim, contendo todos os detalhes do acordo de noivado. O documento era assinado pelos noivos e por seus responsáveis, e o contrato só podia ser dissolvido perante uma corte rabínica. Tal era a importância atribuída pelos rabinos ao noivado que eles consideravam a noiva uma semi-esposa e o noivo um semi-esposo. A infidelidade durante o noivado era equivalente ao adultério no casamento.
Hoje em dia, a cerimônia de tenaim é celebrada principalmente entre os judeus sefaradim. Um prato de porcelana é quebrado, pela mesma razão que se quebra um copo de vidro na cerimônia de casamento (ver a seguir), e uma multa é estipulada para o caso de rompimento do contrato. Para confirmar simbolicamente o acordo, os noivos e as testemunhas seguram as pontas de um lenço, um ritual que se chama em hebraico kinian sudor.

Aufrif:
Trata-se de uma celebração realizada na sinagoga para homenagear o noivo no Shabat anterior ao seu casamento. De acordo com o Talmud, o costume data dos tempos do Rei Shlomó, porém naquela época o tributo era prestado do lado de fora do Templo.
A palavra “aufrif” significa em alemão “chamada”. No sábado de manhã, perante toda a congregação reunida, o noivo recebe a honra de uma aliá, isto é, ele é chamado para subir ao altar e recitar as bênçãos de antes e depois da leitura da Torá.
Em algumas comunidades, especialmente as de origem oriental, costuma-se jogar nozes, passas e balas sobre o noivo quando ele conclui a bênção final, como prenúncio de doçura e prosperidade no casamento.
Nas sinagogas liberais, a noiva sobe à Torá junto com o noivo e ambos celebram juntos este momento.

Casamento:
A família representa o núcleo da sociedade judaica.
Deus, ao criar o homem (Adam), percebeu a necessidade deste ter uma pessoa companheira fiel que o acompanhasse durante sua vida. E disse: “Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma companheira frente a ele.” (Gêneses 2:18). E Deus criou Chavá. A união e o amor entre os cônjuges são descritos muitas vezes na Torá, inclusive nas biografias de nossos patriarcas.
O casamento judaico é realizado sob a Chupá, que é uma espécie de tenda. Ela nos lembra o antigo modo de vida do povo de Israel, que vivia em tendas.
Existem alguns costumes associados à Chupá: ela pode estar montada na Bimá, pode ser o próprio Talit do noivo, um pano em que os amigos e parentes do casal escrevem felicitações, ou ainda, no momento do casamento ela pode vir carregada pelos quatro melhores amigos do casal.
Durante a cerimônia de casamento, a noiva fica à direita do noivo. Essa posição é baseada em uma interpretação de um versículo dos Salmos: “Entre tuas amadas estão as filhas do rei; à tua direita uma rainha, enfeitada com o ouro de Ofir”. Na tradição judaica, a noiva é uma rainha e o noivo é um rei.
O véu usado pela noiva durante a cerimônia de casamento tem origem na história de Rivka, que cobriu-se com um véu quando viu se aproximar seu futuro marido, Itschak. (Gênesis 24:65). Alguns dizem que a finalidade de cobrir o rosto é impedir que outros homens lancem um olhar libidinoso à noiva no dia do seu casamento. O véu seria então uma demonstração pública de que a noiva pertence exclusivamente ao seu futuro esposo. Uma outra interpretação afirma que, assim como se cobre os olhos com a mão quando se recita o “Shemá” (a declaração de fé em Deus), também a noiva cobre os olhos com o véu para demonstrar sua confiança “cega” no futuro marido. Em algumas comunidades chassídicas e orientais, em que não existe o costume do véu, a noiva é conduzida ao altar com os olhos vendados, seguindo este mesmo simbolismo.
O noivo (Chatan) e a noiva (Kalá) ficam sob a Chupá e o rabino realiza a cerimônia. A primeira parte do casamento - Kidushim – inicia-se com uma bênção sobre o vinho, agradecendo e louvando a Deus que proporcionou a santidade do matrimônio. O noivo bebe deste vinho e depois dá de beber à noiva. Logo em seguida, há a entrega da aliança pelo noivo e a sua aceitação pela noiva, o que simboliza a consolidação do vínculo entre o casal. É neste momento que o Chatan recita a frase: “Harei at mekudeshet li betabaat zo kedat Moshé veIsrael”. (Desta forma você me é consagrada por esta aliança, de acordo com a fé de Moisés e Israel). Há, então, a troca das alianças quando o anel é colocado no dedo indicador da mão direita da noiva para que todos possam ver claramente este ato. A noiva, costumeiramente, fala um trecho do Cântico dos Cânticos “Ani ledodi vedodi li”. (Eu pertenço ao meu amado e ele me pertence).
A segunda parte da cerimônia consiste na leitura da Ketubá, o contrato matrimonial assinado pelo casal, que ressalta o compromisso mútuo entre marido e mulher. Como no casamento é lavrado um contrato, são necessárias duas testemunhas judias que o assinam junto com o noivo.
Em seguida, há o Nissuim (matrimônio) quando são lidas as Sheva Brachot. Estas sete bênçãos sobre o vinho enaltecem a Deus e agradecem a Ele por Suas obras. Abençoa-se o casal para que juntos tenham muitas alegrias e que o amor entre eles seja tão indestrutível quanto o de Deus por Israel. Após as bênçãos, os noivos, já casados, novamente bebem o vinho, e o noivo quebra um copo de vidro para lembrar a destruição dos dois Templos de Jerusalém.
Em alguns casamentos, a noiva dá três ou sete voltas ao redor do noivo durante a cerimônia. Essa prática baseia-se num versículo messiânico do Livro de Jeremias. “A esposa cercará o esposo”. Há duas interpretações para este versículo. Uma é que a esposa o cercará de cuidados. A segunda é que a vida da esposa girará em torno do seu marido. Por considerarem essas interpretações um tanto machistas, muitas sinagogas liberais aboliram o costume. Quanto ao número de voltas: sete é o número de dias da semana, é também o número de pessoas que são chamadas para ler da Torá no Shabat, e é o número de voltas que se dá carregando os rolos da Lei em Simchat Torá. Além disso, a Bíblia repete sete vezes a frase: “Quando um homem desposar uma mulher...”. O número três, por sua vez, representa as três repetições contidas na promessa de Deus à Sua “noiva”, Israel: “Desposar-te-ei para sempre; desposar-te-ei conforme a justiça e o direito, com compaixão e ternura; desposar-te-ei com fidelidade”. (Oséias 2: 21-22).
No final, o rabino abençoa os noivos com a bênção dos Cohanim. Halachicamente, não é preciso a presença de rabino para a realização do casamento. Basta haver 10 testemunhas, o noivo proferir a frase “Harei at mekudeshet ...”, colocar o anel no indicador direito da noiva ou até mesmo dar-lhe uma moeda, e está formalizada a união.
Vale lembrar que não é permitida a realização de cerimônias de casamento no Shabat, Festas, 17 de Tamuz a 9 de Av (as Três Semanas), durante os primeiros 32 dias da Contagem do Omer e nos dias de jejum.

*( Em caso de Guet
)

Luto (avelut):
Quando ocorre um falecimento, o sepultamento se realiza o mais breve possível, de preferência no mesmo dia. Esta regra deriva de uma injunção bíblica, no caso de um criminoso ser condenado à pena de morte e enforcado: “seu cadáver não poderá permanecer ali durante a noite, mas tu o sepultarás no mesmo dia”. (Deuteronômio 21:23).
As tradições relativas aos cuidados que devem ser tomados para com o falecido são:
- Shemirá - o corpo não pode ser deixado sozinho desde o momento da morte até o momento do enterro;
- Tahará - o corpo é lavado e purificado; e
- Tachrichim - uma mortalha branca, que simboliza pureza e humildade, envolve o corpo para o enterro.
É costume enterrar a pessoa com o seu talit, mas remove-se o tsitsit pois o falecido não poderá mais observar as mitsvot.
Para cuidar destas tradições existe a instituição Chevra Kadisha, que se ocupa de todo o ritual do enterro.
Durante o velório costuma-se cobrir o cadáver e manter uma vela acesa à sua cabeceira. Esta vela deverá ser mantida acesa durante todo o período da shivá (7 dias) bem como nos Iartzeit (aniversário de falecimento). O objetivo é que a chama simbolize a alma do ente que partiu, pois ela se dirige para o alto e assim estamos ajudando a ascensão da alma aos céus.
O ritual da Kriá (o rasgo na roupa dos enlutados) é um sinal tradicional de luto, desde os tempos bíblicos, tendo sido executado por Iaakov (em relação a Iossef) e por David (em relação ao rei Shaul).
O Kadish deve ser recitado pelos filhos, irmãos e cônjuge, em presença de um minian. Quando não há filhos, o parente mais próximo deve fazê-lo. O Kadish é uma oração de fé na qual não há referências à morte. Ela simboliza, na hora da dor e da separação, a fé em Deus.
Quando se visita um ente querido no cemitério, existe o costume de se colocar uma pedrinha no túmulo, ato simbólico para marcar nossa presença no local, como se estivéssemos dizendo ao morto “você não foi esquecido”. Há também a interpretação de que as pedras simbolizam a analogia entre a destruição do Templo e a vida que partiu.
Os judeus lavam as mãos ao saírem do cemitério, porque a água é o símbolo da vida, reafirmando assim nossa crença de que a vida é mais forte do que a morte.
Após derramar água sobre as mãos, deixamos que elas se sequem naturalmente, sem usar uma toalha. Simbolicamente, demonstramos assim nosso desejo de jamais romper nossos laços com o falecido e, pelo contrário, conservá-lo em nossa memória para todo o sempre.
Os Cohanim não podem ir a um enterro, a menos que seja parente próximo (mãe, filhos, irmãos e esposa). Isto porque a família sacerdotal era responsável pelas atividades religiosas no Tabernáculo no deserto e no Templo de Jerusalém, e tinha a obrigação de permanecer em estado de pureza. Como o contato com os mortos deixa as pessoas em estado de impureza, os Cohanim foram proibidos de ficar muito perto de um cadáver.
Nos enterros judaicos não se utiliza caixões ornamentados, nem se envia flores, pois os judeus frisam a igualdade de todos os seres humanos em sua morada final. Na morte, rico e pobre se encontram, pois ambos foram criados por Deus à Sua imagem e semelhança. Por esta razão, realiza-se o enterro sem ostentação, sem enfeites, sem flores, ressaltando uma das normas básicas do judaísmo que é a justiça social.
Mais ainda, nossos rabinos tinham receio da tendência humana de cultuar os mortos. É interessante notar que o local do sepultamento de Moisés é desconhecido, para evitar que cometamos o pecado da idolatria. Flores eram freqüentemente usadas pelos pagãos em seus rituais fúnebres. Nós, como judeus, não cultuamos os mortos. Pelo contrário: diante da morte, reafirmamos a vida. E traduzimos a memória em ação.
Há uma série de costumes judaicos relativos à recordação dos entes queridos:
- Shivá - uma semana de luto fechado é observada pelos parentes mais próximos, quando costumam sentar no chão e ficar sem sapatos. Durante o Shabat o luto é suspenso;
- Shloshim – luto intermediário. São os trinta dias posteriores à morte (incluída a shivá);
- Iartzeit - que é o aniversário da morte de acordo com o calendário judaico; e
- Izkor – serviço especial de recordação realizado na sinagoga quatro vezes ao ano (Iom Kipur, Shemini Atseret, último dia de Pessach e o 2º de Shavuot) em que são pronunciadas orações de recordação.
Atualmente, por ocasião do Iartzeit, é costume fazer uma visita ao cemitério, ir a sinagoga para dizer o Kadish e oferecer donativo a uma ou mais instituições em homenagem ao entre querido.
O costume de cobrir os espelhos é relativamente moderno (data da Idade Média) e pode ser explicado de várias maneiras. Primeiro, durante a primeira semana são realizados serviços religiosos na casa dos enlutados e a lei judaica proíbe reza diante de um espelho. Outra razão é que o espelho está relacionado com a vaidade pessoal e esta contraria o espírito do luto...
Durante a shivá, que é o período mais doloroso, deve-se evitar que o enlutado tenha que tomar decisões. Além disso, deve-se consolar o enlutado e ser sensível aos seus sentimentos. O objetivo da shivá é permitir que a experiência e o sentimento dos enlutados sejam compartilhados com os amigos.
O cuidado com o morto (chessed shel hamet) é uma das mitsvot mais altruístas que alguém pode cumprir, pois é algo que nunca vai poder ser retribuído. Sua importância é bem definida, principalmente durante períodos de guerra, pragas ou outras endemias que acarretam muitas mortes. É responsabilidade de cada judeu ver se ao corpo está sendo dado um tratamento digno para um enterro decente.


* Em caso de Guet:
Guet é a palavra em hebraico para o documento de divórcio.
A lei judaica não proíbe o divórcio. Ela reconhece que pior que uma separação, é uma vida de desamor familiar. Um lar que permanece fisicamente intacto, mas que já desmoronou espiritualmente, é muito mais prejudicial para os pais e para as crianças do que um divórcio.
Uma vez que ambos cônjuges expressem o desejo de uma separação definitiva, o divórcio judaico é então formalizado sob orientação rabínica. Um casamento consagrado pela Lei de Moisés e Israel só pode ser dissolvido de acordo com a Lei.
A cerimônia do guet processa-se na presença de duas testemunhas e de um escriba (sofer) que prepara, a mão, o documento de divórcio, o qual é lido e arquivado pelo rabino ou pelo Beit Din
(tribunal composto por três rabinos). Marido e mulher recebem uma carta atestando oficialmente a consumação do divórcio e dando-lhes o direito de se casarem novamente. A esposa só pode contrair novas núpcias após o prazo de 92 dias, evitando assim qualquer dúvida sobre a paternidade, caso ela venha a conceber um filho do segundo marido.

Objetos judaicos


Talit e Tsitsit:

O Talit é um manto ou xale de orações com quatro pontas. Em seus cantos estão amarrados tsitsiot (franjas) e no colarinho há a Atará que pode ser enfeitada com a brachá que se diz quando colocamos o Talit (Baruch Atá Adonai, Eloheinu melech haolam asher kidshanu bemitsvotav vetsivanu leitatef batsitsit – Louvado sejas, ó Eterno nosso Deus, Fundamento do universo, que com Teus mandamentos nos santificaste e nos ordenaste envolver-nos com os Tsitsit), ou com outros motivos decorativos. O Talit por si só não é um objeto ritual, mas sim os Tsitsiot.
Na Torá lemos que devemos usar franjas nos quatro cantos da roupa para nos lembrar dos mandamentos de Deus. “ Franjas farás para ti e as porás nos quatro cantos da tua vestimenta com que te cobrires.” (Deuteronômio 22:12); “Falou o Eterno a Moshé dizendo: Fala aos filhos de Israel e dize-lhes que façam para si franjas sobre as bordas de suas vestes, pelas suas gerações: e porão sobre as franjas da borda um cordão azul celeste. E serão para vós por franjas e as vereis e lembrareis todos os mandamentos do Eterno e os cumprireis (...) Para que vos lembreis e cumprais todos os Meus preceitos e sejais santos para com vosso Deus. Eu sou o Eterno, vosso Deus que vos tirei da terra do Egito para ser vosso Deus. Eu sou o Eterno vosso Deus.” (Números 15: 37-41).
Originalmente um dos fios do Tsitsit era azul. Mas como não se sabe mais ao certo qual a tonalidade exata, a partir do século II E.C o azul foi abolido.
Existem algumas tentativas de explicar o número de fios do Tsitsit. São elas: 5 nós duplos + 8 fios do Tsitsit + 600 (valor numérico da palavra Tsitsit 400+10+90+10+90) = 613 mandamentos; ou o número de voltas do shamash (fios mais longos) ao redor dos outros três fios, 7+8+11+13 = 39 voltas. 39 é a soma de “Deus é um” em hebraico (iud hei vav hei 10,5,6,5 + alef chet dalet 1,8,4).
O Talit só deve ser usado durante os serviços religiosos matinais dos dias de semana, Shabat e Festas, pois na Torá diz que ele deve ser visível e à noite não o seria. Exceções ocorrem em Iom Kipur (mas mesmo assim ele é colocado antes do anoitecer) e em Tishá Beav, como um sinal de luto. As pessoas que estão liderando as rezas (chazanim e rabinos) e aqueles que recebem uma aliá devem colocar Talit.
Os mais observantes usam Talit katan por baixo da camisa durante todo o dia.
Em algumas congregações só o homem casado usa Talit. Em outras, todos os homens usam. Em algumas só os maiores de 13 anos; nas liberais, as mulheres também usam. Na ARI todos os homens acima dos 13 anos e as mulheres acima dos 12, que quiserem, podem usar Talit.
O Talit pode ser usado como chupá (toldo do casamento) se o casal assim desejar.
É costume enterrar o morto junto com o seu Talit, mas deve-se tirar a Atará e um dos Tsitsiot.
É tradição, também, que o pai dê de presente de Bar Mitsvá um Talit para o filho e a noiva para o noivo.

Tefilin (filactérios)

É composto de duas caixinhas (bait) quadradas e tiras de couro (retsiot). Neles estão contidas quatro passagens da Torá:
... Moshé disse ao povo: lembrai-vos deste dia, em que saístes do Egito, da casa da escravidão; pois com mão forte Deus vos tirou de lá, e por isso hoje não comereis pão fermentado ...Comerás pães ázimos durante sete dias; no sétimo haverá uma festa para Deus... Naquele dia, assim falarás a teu filhos: Eis o que Deus fez por mim, quando saí do Egito. E será como sinal em tua mão e como memória entre os teus olhos, para que a lei de Deus esteja na tua boca, pois Deus te tirou do Egito com mão forte. Observarás esta lei no tempo determinado, de ano em ano.” (Êxodo 13:1-10).
“... E quando amanhã teu filho te perguntar: ‘o que é isso?’, responderás: o Eterno tirou-nos do Egito, da casa da escravidão, com mão forte. Pois tendo obstinado o faraó e não querendo nos deixar partir, o Eterno matou todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito do homem até o primogênito dos animais. E por isso sacrifico ao Eterno e resgato todo o primogênito de meus filhos. Isto será, pois, como um sinal em tua mão e como frontais entre os teus olhos pois Deus nos tirou do Egito com mão forte.” (Êxodo 13:11-16).
Escuta, ó Israel, o Eterno é nosso Deus, o Eterno é único. E amarás ao Eterno, teu Deus, de todo teu coração, de toda tua alma e de toda a tua força. Que estas palavras que te ordeno hoje sejam gravadas no teu coração. Tu as ensinarás aos teus filhos e delas falarás ao sentares em tua casa, quando estiveres a caminho, ao te deitares e ao te levantares. E as atarás como sinal na tua mão e as terás de símbolo entre teus olhos. E as escreverás nos batentes de tua casa e nas tuas portas.” (Deuteronômio 6:4-9).
E se obedecerdes aos mandamentos que hoje vos ordeno, amando o Eterno, vosso Deus, e servindo-O, de todo vosso coração e de toda a vossa alma, então darei a chuva à vossa terra no tempo devido...Guardai-vos para que vosso coração não se deixe seduzir e para que não vos desvieis, servindo a outros deuses e prostrando-vos diante deles. Pois então, inflamar-se-á contra vós a ira do Eterno e Ele fechará o céu. Não haveria mais chuva e a terra não daria seu fruto, de sorte que rapidamente desapareceríeis da boa terra que o Eterno dá. Que estas Minhas palavras estejam presentes em vosso coração e na vossa alma e atai-as como sinal na vossa mão, e que vos sirvam de símbolo entre vossos olhos. Ensiná-la-eis a vossos filhos e delas falareis ao vos sentardes em vossas casas, quando estiverdes a caminho, ao vos deitardes e ao vos levantardes. E as escrevereis nos batentes de vossas casas e nas vossas portas para que vossos dias e os dias de vossos filhos sejam numerosos na terra que o Eterno jurou a vossos pais por todo o tempo que o céu permanecer acima da terra.” (Deuteronômio 11:13-21).
Na caixa do braço (tefilim shel iad) estes quatro trechos estão no mesmo pergaminho e na da cabeça (tefilim shel rosh), em quatro separados. Uma das explicações para isso é que, quando os trechos da Torá se referem ao Tefilin da mão dizem: le ot (sinal) al iadecha; e quando é ao da cabeça dizem: le totafot (símbolos) bein einecha.
Os Tefilin ligam simbolicamente três pontos importantes do corpo: cabeça (no meio da qual fica uma caixinha), coração (frente ao qual fica uma caixinha) e a mão (onde se amarra a correia). Isto significa que as idéias e pensamentos devem passar pela cabeça, se unir ao coração e levar a uma ação.
Os Tefilin shel rosh marcam nossa lealdade intelectual a Deus e o shel iad, a lealdade afetiva, pois é colocado em frente do coração.
A correia do Tefelin shel rosh faz um nó no formato da letra dalet e a do braço, no formato do iud.
No bait shel Rosh tem um shin que somado ao iud e ao dalet (das correias) forma shadai (outro nome de Deus). No bait shel Rosh há um shin com três pernas (patriarcas – Avraham, Itschak e Iaakov) e um shin com 4 pernas que simboliza as matriarcas (Sara, Rivka, Rachel e Lea).
Os Tefilin são colocados pela manhã, ou até escurecer. Podem ser colocados em casa ou na sinagoga. Entretanto, não são colocados no Shabat nem nas festas, pois são um símbolo de nossa ligação (Aliança) com Deus e têm como objetivo o fortalecimento concreto de nosso laço com Ele. Como o Shabat e as festas já têm esse caráter de ressaltar a união com o Eterno, não se faz necessário colocá-los.
Deus nos ordenou colocar os Tefilin. Portanto, colocá-los é considerado uma mitsvá que deve ser realizada diariamente por todos os meninos que já se tornaram Bar Mitsvá. Os destros põem os Tefilim shel iad na mão esquerda e os canhotos na direita.
As mulheres estão isentas (mas não proibidas) de cumprir as mitsvot que tenham hora determinada, portanto não necessitam colocar Tefilin.

Sefer Torá:

O livro da Torá é lido na sinagoga e deve estar sempre em sua forma tradicional: um rolo todo manuscrito em pergaminho (couro de carneiro) de forma artesanal e absolutamente sem erros (o que o invalida). O Sefer Torá é escrito a mão pelos Sofrim (escribas), de acordo com técnicas milenares. No texto escrito na Torá não há pontuação nem vocalização.

Mezuzá:

Significa umbral (batente da porta).
É uma mitsvá colocar nos batentes das portas das casas judaicas um estojo (que pode ser feito de diversos materiais - madeira, metal, cerâmica..) que contém um pergaminho enrolado no qual estão escritos os dois primeiros parágrafos do Shemá Israel:
Escuta, ó Israel, o Eterno é nosso Deus, o Eterno é único. E amarás ao Eterno, teu Deus, de todo teu coração, de toda tua alma e de toda a tua força. Que estas palavras que te ordeno hoje sejam gravadas no teu coração. Tu as ensinarás aos teus filhos e delas falarás ao sentares em tua casa, quando estiveres a caminho, ao te deitares e ao te levantares. E as atarás como sinal na tua mão e as terás de símbolo entre teus olhos. E as escreverás nos batentes de tua casa e nas tuas portas.” (Deuteronômio 6:4-9).
E se obedecerdes aos mandamentos que hoje vos ordeno, amando o Eterno, vosso Deus, e servindo-O, de todo vosso coração e de toda a vossa alma, então darei a chuva à vossa terra no tempo devido...Guardai-vos para que vosso coração não se deixe seduzir e para que não vos desvieis, servindo a outros deuses e prostrando-vos diante deles. Pois então, inflamar-se-á contra vós a ira do Eterno e Ele fechará o céu. Não haveria mais chuva e a terra não daria seu fruto, de sorte que rapidamente desapareceríeis da boa terra que o Eterno te dá. Que estas Minhas palavras estejam presentes em vosso coração e na vossa alma e atai-as como sinal na vossa mão, e que vos sirvam de símbolo entre vossos olhos. Ensiná-la-eis a vossos filhos e delas falarás ao vos sentardes em vossa casa, quando estiverdes a caminho, ao vos deitardes e ao vos levantardes. E as escrevereis nos batentes de vossas casas e nas vossas portas para que vossos dias e os dias de vossos filhos sejam numerosos na terra que o Eterno jurou a vossos pais por todo o tempo que o céu permanecer acima da terra.” (Deuteronômio 11:13-21).
No estojo às vezes vem gravado Shadai (shin, dalet, iud) ou somente a letra Shin. Shadai é um outro nome de Deus e também a sigla da frase “shomer delatot Israel” que significa “guardião das portas de Israel”.
O pergaminho deve ser escrito com os mesmos procedimentos do Sefer Torá e dos Tefilin.
A mezuzá nos recorda a unidade de Deus e a obrigação de considerar o nosso lar um local sagrado.
Quando entramos ou saímos de casa beijamo-la em sinal de amor, agradecimento, respeito e reverência. É um símbolo de lealdade e observância judaica. Não deve ser usada como um amuleto de sorte ou para espantar mau-olhado.
Quando os judeus estavam no Egito e Deus queria aplicar a última praga aos egípcios, a morte dos primogênitos, Ele precisou identificar as casas dos judeus para poder poupá-los. Diz-se que o sangue de carneiro utilizado pelos judeus para marcar as suas casas é a origem do uso das mezuzot.
A mezuzá é pregada no batente da porta, do lado direito de quem entra, no terço superior, com a parte de cima inclinada apontando para dentro. Isto porque no Talmud há duas opiniões a respeito da posição que ela deve ocupar: vertical ou horizontal. A decisão pela posição inclinada mostra que todos devem fazer concessões para viver em harmonia.
Ela deve ser colocada nas residências permanentes (onde se mora por mais de 30 dias) e na entrada de todos os quartos e salões onde se come, vive e dorme (não se costuma colocar nos banheiros). Não é necessário colocá-la na Sinagoga nem na Sucá.
Ao fixar a mezuzá falamos a seguinte brachá: Baruch Atá Adonai, Eloheinu melech haolam asher kidshanu bemitsvotav vetsivanu likboa mezuzá – Louvado sejas, ó Eterno nosso Deus, Fundamento do universo, que com Teus mandamentos nos santificaste e nos ordenaste fixar a mezuzá.
Ao vender a casa para um não judeu deve-se tirar a mezuzá, mas se vendê-la para um judeu convém não tirá-la, já que o comprador pode ainda não ter a sua e assim viveria ali sem esse objeto por um tempo.

Kipá:

Em português chama-se solidéu.
Seu uso não se deve a um mandamento de Deus e por isso não dizemos brachot ao colocá-la. Não está escrito na Torá que devemos usar kipá. Cobrir a cabeça não é originalmente uma lei, mas um costume (minchag) a ser observado. Durante a Idade Média, muitos judeus cobriam a cabeça com um chapéu para estudar e rezar. Com o tempo, estar de cabeça coberta virou um hábito, e por isso se tornou uma marca de identificação entre os judeus.
O judeu usa kipá quando está rezando, estudando, pronunciando qualquer bênção... Usamos a kipá para mostrar respeito a Deus. Caso não haja uma kipá, ela pode ser substituída por um lenço ou outro objeto que cubra a cabeça.
Diversos personagens de nossa história judaica cobriram a cabeça. Pode-se citar Aharon (irmão de Moshé) que usava uma tiara como cobertura da cabeça e seus filhos usavam turbantes como símbolo de dignidade (Êxodo 28:4,40). Entretanto, não há menção quanto à cobertura da cabeça pelos outros membros do povo. No Talmud, o sábio Huna ben Ioshua disse que nunca andava quatro cúbitos com a cabeça descoberta, porque Deus habitava sobre sua cabeça. E Maimônides disse que cobrir a cabeça era uma forma de mostrar reverência e respeito.

Menorá (candelabro):

É uma fonte de luz. É um dos símbolos mais antigos de que se tem conhecimento, que acompanhou boa parte da história dos judeus.
Ela é mencionada na Bíblia como um objeto de culto encontrado no Tabernáculo (templo móvel). “E farás um candelabro de ouro puro (...) E seis hastes sairão de seus lados, três hastes do candelabro, do primeiro lado, e três hastes do candelabro, do segundo lado (...) E farás suas lâmpadas em número de sete e acenderão suas lâmpadas que alumiarão em direção ao centro...” (Êxodo 25:31- 40).
O candelabro desapareceu com a destruição do Primeiro Templo, mas outro foi construído para o Segundo Templo.
Com a destruição do Segundo Templo, o Imperador Tito levou a Menorá para Roma, como um sinal de triunfo. No Arco de Tito aparece a imagem do saque da Menorá.
Atualmente, há uma Menorá em frente ao Parlamento (Knesset) em Israel. Ela é um emblema do Estado, pois demonstra que o que poderia ser uma recordação da humilhação e vergonha tornou-se o símbolo do orgulho da existência de um Estado. Ela é parte, também, do escudo de Israel.
Na Sinagoga, a Menorá do Templo é representada pelo Ner Tamid (luz eterna) que é mantida sempre acesa .

Sidur:

Significa ordem e é o nome dado ao livro de rezas que contém orações de adoração e agradecimento, ensinamentos religiosos e textos de estudo.
Fala da criação do mundo, da revelação ao povo de Israel (Deus escolhe os judeus para trazer a idéia monoteísta) e da redenção do povo do Egito.
Nele estão contidas rezas para toda a semana e ocasiões especiais. Contém também salmos e orações pelo Estado de Israel. Pode apresentar tradução e transliteração.
Nele estão escritos trechos da Torá, do livro dos Neviim, da Mishná e Guemará, e uma coletânea de importantes autores judeus (sábios, profetas, filósofos e poetas).
A base dos Sidurim é a mesma, mas há diferenças de sinagoga para sinagoga, dependendo do país e da origem cultural da congregação.
O Sidur mais antigo de que se tem conhecimento data do século IX E.C.

Machzor:

É o livro de reza de Rosh Hashaná e Iom Kipur.

Chai:

Significa vida. É considerado uma expressão de identidade judaica.
É formado por duas letras hebraicas (chet 8 e iud 10), cujo valor numérico somado dá 18.
Costuma-se fazer doações financeiras neste valor ou em múltiplos deste.

Shofar:

É um instrumento de sopro que atualmente é tocado para chamar as pessoas ao arrependimento, especialmente em Rosh Hashaná e Iom Kipur. Ele é feito de chifre de carneiro, pois lembra o carneiro pelo qual Itschak foi substituído quando seu pai ia oferecê-lo a Deus em sacrifício, provando sua devoção.
Ao longo da história do povo judeu, o shofar foi tocado diversas vezes. Como exemplos pode-se citar o recebimento da Torá no Monte Sinai e a reunificação de Jerusalém, em 1967.

Maguen David:

É a estrela (escudo) de David. Ela possui seis pontas.
Sua origem não é clara, mas sabe-se que na época do Rei David este símbolo não estava relacionado ao judaísmo. Muitos povos da Antigüidade utilizaram este símbolo.
Entretanto, tornou-se um símbolo de identidade judaica por ter sido utilizado em diversos momentos da história judaica.
No ano 200 E.C apareceu uma Maguen David em uma sinagoga em Capernaum. No século VI, na Itália, ela apareceu pela primeira vez em túmulo. No século XI, a Maguen David começou a ser usada em brasões ou escudos de família judaicas. No século XVII, a Maguen David aparece em livros de oração e, em Praga, como selo oficial da comunidade. Em Viena, essa estrela foi aceita como sinal diferencial entre judeus e cristãos. Em 1897, foi adotada como símbolo do Primeiro Congresso Sionista. Na Segunda Guerra Mundial, esse escudo era o símbolo que identificava os judeus. Em 1948, tornou-se figura central no novo Estado de Israel, integrando a bandeira, transformando-se em símbolo de orgulho nacional
Filosoficamente as seis pontas simbolizam: o homem, a revelação, Deus, a criação, o mundo, e a redenção, demonstrando a idéia de que Deus criou o mundo. Deus revelou ao homem sua lei como forma de desenvolver um mundo bom e justo. Cabe ao homem, então, aplicar essas idéia e leis para redimir o mundo.

Bandeira de Israel:
A bandeira de Israel foi criada no 1° Congresso Sionista, realizado em 1897. Ela une artisticamente o Talit e a Maguen David.

Pessach


História de Pessach (Torá: livro de Êxodo, capítulos Shemot, Beshalach, Bo, Vaerá e Itró).
Iossef (José), vice-rei do Egito, morreu assim como todos os seus irmãos.
O Povo de Israel se multiplicou e se fortaleceu no Egito. Certo dia, um novo rei de Mitsráim, que não conhecia os feitos de Iossef, subiu ao poder. Este faraó temeu os judeus porque eram numerosos e podiam derrotar os egípcios. Por isso, ele decidiu escravizá-los e ordenou que as parteiras das hebréias matassem todos os bebês homens que nascessem. Elas, por temerem a Deus, não obedeceram. O faraó então reclamou, e as parteiras disseram que as mulheres hebréias eram espertas e pariam antes delas chegarem, não conseguindo impedir o nascimento de meninos. O faraó ordenou, então, que todo homem que nascesse fosse lançado no Nilo.
Quando Moshé nasceu, esconderam-no por três meses e, depois, a mãe o colocou dentro de uma cesta e a lançou no rio. Sua irmã acompanhou toda a cena. A filha do faraó avistou a cesta no rio e pediu para sua criada pegá-la. Vendo isto, a irmã dele ofereceu-se à filha do Faraó para ir buscar uma ama hebréia para amamentá-lo, em troca de um salário. Tempos depois, a mãe de Moshé o devolveu à filha do faraó, que o tratou como filho.
Certo dia, Moshé viu um egípcio ferindo um hebreu e, ao perceber que não havia qualquer pessoa por perto, matou o egípcio e o escondeu. No dia seguinte, Moshé viu dois hebreus brigando e tentou interferir. Entretanto, um deles perguntou-lhe se ele pretendia matar-los assim como havia feito com o egípcio.
O faraó descobriu esse fato e quis matar Moshé. Este, com medo, fugiu para Midian. Chegando lá, ele ajudou as filhas do chefe da cidade, Itró, livrando-as dos pastores e dando de beber ao seu rebanho. Ao escutar essa história das filhas, Itró mandou buscar Moshé para sua casa e ofereceu-lhe sua filha Tsipora, com quem se casou.
Certo dia, enquanto Moshé cuidava do rebanho do sogro no Monte Horeb, Deus apareceu numa chama de fogo no meio da sarça que não se consumia. Moshé se aproximou e Deus o chamou. O Eterno falou com Moshé e pediu para que ele não se aproximasse mais e que tirasse os sapatos porque estava pisando em terra santa. Deus disse que Ele era o Deus de Abraham, Itschak e Iaacov. Moshé escondeu sua face pois temeu ver a face de Deus.
O Eterno disse que viu a opressão e ouviu o clamor do povo hebreu e, por isso, desceu para tirá-los do Egito e levá-los para a terra de que emana leite e mel. Deus pediu que Moshé fosse ao faraó e tirasse Seu povo de lá. Moshé, inseguro, perguntou-Lhe como faria isto, ao que Deus lhe assegurou que estaria sempre com ele. Mas Moshé ainda queria saber o que diria ao povo se lhe perguntassem qual o Seu nome. E Deus respondeu: – “Assim dirás: Ihiê asher ihiê, serei o que serei”. Deus pediu para Moshé ir até o Egito e falar ao povo e ao faraó que o Eterno, Deus de Avraham, Itschak e Iaakov apareceu para ele e o enviou para tirá-los da escravidão.
Deus, querendo provar a Moshé seu poder, pediu para ele jogar no chão a vara que ele tinha na mão e, imediatamente, esta se transformou em cobra. Pediu-lhe, então, para pegar no rabo dela e a cobra se transformou em vara novamente. Solicitou, também, que Moshé colocasse sua mão no peito e ela ficou leprosa e depois, colocando-a no peito novamente, a mão voltou ao normal. E, mesmo assim o povo não acreditasse, Deus lhe disse que transformasse a água do Nilo em sangue. O Eterno avisou a Moshé que após tirar os hebreus do Egito, que eles deveriam servi-lo naquele Monte Horeb.
Moshé era gago e por isso solicitou que alguém lhe ajudasse a falar com o povo. Deus propôs levar Aharon, seu irmão, explicando-lhe que seria Ele quem colocaria as palavras em sua boca.
Moshé saiu de Midian e voltou para o Egito. Chegando lá, contou e mostrou para o povo os milagres de Deus e todos acreditaram nas suas palavras, exceto o faraó, que não se convenceu. Pelo ao contrário, ao invés de libertar o povo, o faraó começou a castigar ainda mais os hebreus, dando-lhes serviços mais pesados. Vendo a piora da situação, Moshé decidiu reclamar com Deus. O Eterno pediu a Moshé para falar ao povo que Ele os tiraria do Egito e os levaria à terra que dera aos patriarcas, mas os hebreus não acreditaram nestas palavras. Deus pediu para Moshé novamente falar com o faraó para libertar Seu povo. Com receio de que o faraó não o escutasse, Deus prometeu a Moshé que daria sinais e faria milagres aos olhos do faraó. Por recomendação de Deus, Moshé e Aharon jogaram a vara e esta se transformou em serpente. O faraó, imediatamente, chamou os magos, que também fizeram esta magia. Entretanto, a serpente de Moshé engoliu as outras.
Deus disse a Moshé, que falou ao faraó que o Eterno, Deus dos hebreus, o havia enviado ali para que levasse o Seu povo para servi-Lo no deserto. Com ainda não libertara o povo, Moshé, com sua vara, transformaria a água do Nilo em sangue. E assim foi feito.
Novamente, em nome de Deus, Moshé pediu para o faraó libertar seu povo ou enviaria ao Egito rãs. O Eterno lançou os animais, mas em seguida, o rei egípcio suplicou sua retirada. Deus o fez. Entretanto, mais uma vez, o faraó não cumpriu o prometido. Então Deus continuou lançando as pragas: piolhos, cobras e escorpiões (animais daninhos), peste, sarna/úlcera, granizo, gafanhotos, e escuridão.
Vezes após vezes o faraó prometia libertar o povo hebreu, mas quando Deus retirava as pragas, seu coração endurecia e ele recuava na decisão, não os deixando sair.
O Eterno resolveu, então, lançar a última praga: morte dos primogênitos. Antes de lançá-la, ordenou que todos os hebreus deveriam comer pão ázimo (matsá) com ervas amargas e carne de cordeiro. Pediu também que sacrificassem cordeiros e marcassem, com seu sangue, os umbrais de suas casas, para que Deus pudesse identificar e pular as casas judaicas, deixando com vida os primogênitos destas casas. Ordenou também que este dia ficasse guardado na lembrança do povo e que todo ano, por sete dias, todos os judeus deveriam comer pães ázimo e retirar de casa todo os vestígio de fermento. Antes do povo sair do Egito, cozinharam com massa não fermentada tortas e pães ázimos pois tiveram que se preparar para fugir.
Somente após essa 10ª praga, o Faraó permitiu a saída dos judeus do Egito. Entretanto, logo em seguida, ele se arrependeu e mandou os egípcios impedirem a fuga dos judeus. O povo, temeroso com a chegada dos inimigos, começou a reclamar com Moshé. Deus, então, mandou o povo de Israel marchar e Moshé, com sua vara, abrir o Mar Vermelho e passar com os hebreus pelo meio do mar, em seco. Logo em seguida vieram os egípcios, mas estes não conseguiram alcançá-los, pois Moshé estendeu a mão sobre o mar e as águas se fecharam, matando todos egípcios que estavam tentando atravessá-lo. O povo judeu viu o poder de Deus sobre os egípcios e acreditou Nele.