Lag Baomer

Lag Baomer

Lag Baomer ocorre no 33o. dia da contagem do Omer. Por isso seu nome vem do valor numérico das letras - Lamed (30) e Guimel (3).
Sefirat Haomer, a contagem do Omer, é o período de sete semanas entre Pessach (segundo dia) e Shavuot. Lembra o tempo de preparação espiritual pelo qual os judeus passaram entre a saída do Egito e o recebimento da Torá. O Omer é a medida bíblica que determinava a quantidade de cereal recém-colhido a ser levado como oferenda ao Templo, em agradecimento a Deus pela colheita. Esse era um período feliz para os judeus.
Entretanto, em 140 E.C, quando Adriano era imperador de Roma, os romanos atacaram a Palestina e proibiram os judeus de praticar sua religião (estudo da Torá, festejo do Shabat...).
Durante o reinado de Adriano, Rabi Akiva (líder espiritual do povo judeu) ensinava a Torá escondido nos campos e florestas para que os romanos não descobrissem. Para driblar a vigilância dos soldados, os judeus se disfarçavam de caçadores (com arco e flecha) e usavam fogueiras como forma de fazer sinais para avisar a aproximação dos romanos ou até mesmo para ajudar a iluminar e facilitar a leitura dos livros.
Bar Kochba, um dos discípulos de Rabi Akiva, se tornou o líder guerreiro do povo judeu e organizou um exército de resistência para libertação do domínio romano. Os judeus pararam de estudar a Torá e foram lutar. Foi uma guerra muito difícil e muitos judeus morreram. Além dessa guerra, estava havendo uma grande epidemia de peste que provocou muitas mortes. Entretanto, em 33 de Omer, essa doença parou e mais nenhum soldado morreu. Por isso comemoramos Lag Baomer.
Neste dia lembramos também da morte, anos mais tarde, de Rabi Shimon Bar Iochai, um sábio cabalista autor do Zohar, que pediu que sua morte fosse comemorada com alegria.
Portanto, todo o período de Sefirat Haomer é triste para os judeus, pois nos remete aos acontecimentos infelizes daquela época, mas o 33° dia é comemorado com muita felicidade. Este é o único dia da Sefirá em que são permitidas festas.
Em Lag Baomer costumamos fazer festas, fogueiras e brincar com arcos e flechas.
A contagem do Omer está especificada na Torá, em Levítico XXIII:5-15: “No primeiro mês, aos quatorze dias do mês, pela tarde, é Páscoa para o Eterno. E aos quinze dias do mesmo mês, é a festa dos ázimos para o Eterno; sete dias ázimos comereis. O primeiro dia, de santa convocação será para vós, nenhuma obra servil fareis. E oferecereis por sete dias oferta queimada ao Eterno; o sétimo dia, de santa convocação é, toda obra servil não fareis. E falou o Eterno a Moisés dizendo. Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando vierdes à terra que Eu vos dou, e cortardes a sua ceifa, trareis ao sacerdote um “Omer” das primícias de vossa ceifa. E movimentareis o “Omer” diante do Eterno para que seja aceito em vosso favor; no dia seguinte ao primeiro dia festivo da Páscoa, o movimentará o sacerdote. E oferecereis no dia de vosso movimentar o “Omer”, um cordeiro sem defeito, da idade de um ano, por holocausto, ao Eterno. E vossa oblação será dois décimos de “efá” de flor de farinha de trigo amassada no azeite, como oferta queimada ao Eterno, para ser aceita com agrado; e vossa libação de vinho será a quarta parte de um “hin”. E pão, e farinha feita de grãos das espigas verdes, torrada no forno, e grãos verdes de cereais não comereis até este mesmo dia, até trazerdes a oferta do vosso Deus; estatuto perpétuo pelas vossas gerações, em todas as vossas habitações. E contareis para vós desde o dia seguinte ao primeiro dia festivo, desde o dia em que tiverdes trazido o “Omer” da movimentação; sete semanas completas serão”.