Purim

História de Purim:

O rei Achashverosh (Assuero), da Pérsia, no terceiro ano de seu reinado, deu um banquete no reino e ordenou que sua esposa, a belíssima rainha Vashti, comparecesse para ser apresentada ao povo. Vashti recusou-se a cumprir a ordem do rei, o que o deixou enfurecido. Com medo de que este fato repercutisse mal no reinado, Achashverosh decidiu expulsar Vashti do palácio e convocar mulheres bonitas e virgens para ele escolher quem iria ocupar o posto de rainha. Após longa busca, Ester, a sobrinha de Mordechai, da tribo de Biniamim, foi a escolhida. Por ordem de seu tio, ela não declarou ao rei sua ascendência judaica.
Pouco depois, Mordechai, sentado na porta do rei, descobriu que dois guardas estavam conspirando contra a vida de Achashverosh e resolveu contar para a rainha Ester. Ela, então, informou o rei, evitando que ele fosse morto. Os dois eunucos foram enforcados e este grande feito de Mordechai foi registrado no “Livro das Lembranças” do rei persa.
Tempos mais tarde, Achashverosh escolheu um homem chamado Haman para ser ministro de sua corte. O rei ordenou que todos deveriam se curvar diante de seu novo ministro. Mordechai, contudo, recusou-se a se curvar porque era judeu, o que deixou Haman furioso. Este, então, resolveu se vingar do tio de Ester, mas não achava suficiente matá-lo: decidiu acabar com todo povo judeu da Pérsia. O ministro foi conversar com o rei para convecê-lo a exterminar o povo de Mordechai, alegando que essa população tinha costumes diferentes e não cumpria as leis do reino.
Haman prometeu ao rei uma grande soma de dinheiro em troca da destruição do povo judeu. O rei concordou com Haman e deu a ele seu anel, autorizando-o a fazer o que desejasse com esse povo. O ministro mandou um comunicado para todos os governantes do país, autorizando que matassem todos os judeus do reino, no dia 13 do mês de Adar. Haman, com seu novo anel, selou o decreto.
Quando Mordechai soube do decreto, rasgou suas roupas e, cobrindo-se de sacos e cinzas, saiu pelas ruas. Os judeus, ao saberem do édito, entristeceram-se e choraram.
Ester descobriu que algo estava acontecendo com Mordechai e mandou um eunuco do rei sondá-lo para saber o que era. Seu tio contou sobre o decreto e lhe deu uma cópia solicitando para entregar para a Ester. Mordechai pediu que ela suplicasse ao rei misericórdia para com o seu povo.
Inicialmente, Ester alegou que só podia falar com o rei quando ele a convocava, mas há um mês ele não o fazia. Seu tio, ao receber esta notícia, alertou-a que se não intercedesse, ela também poderia perecer junto com seu povo. Ester, então, sugeriu que Mordechai falassem a todos os judeus para jejuarem e orassem por três dias, e ela também o faria.
Ao final deste período, Ester se arriscou e tentou falar com o rei. Ele a recebeu e perguntou qual era o seu desejo. Ela solicitou que ele comparecesse a um banquete juntamente com seu ministro Haman.
Neste mesmo dia, Mordechai passou pelo ministro do rei, e novamente, não se curvou. Haman contou para seus amigos o ocorrido e estes propuseram-lhe que construísse uma forca e, com a autorização do rei, enforcasse Mordechai. O ministro gostou da idéia e começou a construção.
Nesta noite, como o rei não conseguia dormir, decidiu reler suas anotações no “Livro das Lembranças”. Lembrou, então, que Mordechai havia salvo sua vida e perguntou aos seus serviçais como ele havia sido recompensado. Estes informaram-lhe que nada havia sido feito.
O rei, então, mandou chamar Haman, que estava no pátio (preparando a forca de Mordechai) e perguntou-lhe o que se poderia fazer para um homem de quem o rei gostava e que queria honrar. Haman, pensando que o rei estava se referindo a ele, propôs vestir o homem com trajes e coroa real e mandar um príncipe conduzir o cavalo em que o homem estaria montado pela praça, clamando: “Assim se faz ao homem a quem o rei deseja honrar”. O rei aprovou a idéia e pediu-lhe que fizesse isso com Mordechai, que se encontrava na porta. E assim foi feito.
Mais tarde, durante o banquete solicitado por Ester, o rei perguntou qual era o pedido da rainha. Ela respondeu que ela e seu povo gostariam de continuar vivos. Achashverosh, perplexo, indagou-lhe quem havia sugerido a aniquilação de seu povo e, imediatamente, Ester apontou para Haman. O rei, enfurecido, mandou enforcar Haman na forca que este havia preparado para Mordechai.
Mordechai, então, recebeu do rei o cargo de Haman, juntamente com o anel que a este havia sido dado, e tornou-se ministro do rei.
Ester pediu ao rei que revogasse o decreto de Haman, o que ele prontamente aceitou. Foi mandada uma nova carta em nome do rei, e selada por Mordechai, a todas províncias da Pérsia, anulando o antigo édito e autorizando aos judeus que se reunissem e defendessem suas vidas dos que os ameaçassem no dia 13 de Adar.
Por causa deste novo decreto, houve para os judeus luz, alegria e honra. Em toda a província houve festas e banquetes.
Mordechai, em seguida, mandou carta a todos os judeus da Persia ordenando-lhes guardar os dias 14 e 15 do mês de Adar como dias em que os judeus tiveram repouso dos seus inimigos e a tristeza foi transformada em alegria e o pranto, em dia de festa. Também solicitou que todos os anos, nestes dias fossem realizados banquetes alegres e enviadas porções de alimentos às pessoas e dádivas aos pobres. Os judeus, a pedido de Mordechai, se comprometeram a guardar estes dias para que a lembrança destes fatos nunca fosse esquecida, por todas as gerações.
Em lembrança deste grande milagre, os dias 14 e 15 do mês de Adar são data nacional judaica sob o nome de Purim, isto é, “sorte”, porque Haman, jogando a sorte, determinou o 13 de Adar como dia do extermínio de todos os judeus. Contudo, o dia em questão, transformou-se em dia de paz, como descreve o Livro de Ester. Este dia foi designado pelos sábios como um dia de jejum, denominado “Jejum de Ester”.

Mitsvot e Costumes de Purim:

Vários são os costumes e tradições que cercam a festa de Purim.
a Meguilá - A principal mitsvá de Purim é ouvir o relato do Rolo de Ester, “Meguilat Ester”. Durante a leitura, costuma-se bater os pés ou fazer barulho com reco-recos (raashanim) cada vez que é mencionado o nome de Haman, a fim de apagar seu nome.
Mishloach Manot - Presentes aos amigos. As pessoas devem enviar aos seus amigos dois tipos de alimentos (exemplo: vinho e bolo ou refrigerante e frutas) para que aumente a alegria de Purim. Esta mitsvá é cumprida com a ajuda das crianças. Elas devem ir às casas das pessoas entregar o Mishloach Manot.
Matanot Laevionim - É o presente em dinheiro dado a pelo menos dois pobres.

Bebida - É mitsvá beber em Purim até não conseguir distinguir entre os nomes de Mordechai e Haman. Além disso, a derrota de Haman foi conquistada por Ester no banquete oferecido ao rei.
Oznei Haman - É costume, em Purim, comer um doce triangular, recheado com uvas, geléias, ameixa, ... O formato triangular lembra o tipo de chapéu que Haman usava, caído sobre as suas orelhas.
Fantasias - É costume fantasiar as crianças com os personagens da história de Purim. A fantasia é utilizada para comemorarmos a salvação do povo judeu por Ester e Mordechai.

Brachot de Purim:

Antes da leitura da Meguilat Ester:
Baruch atá Adonai, Eloheinu melech haolam, asher kidshanu bemitsvotav vetsivanu al mikrá Meguilá. Bendito és Tu, nosso Deus, Rei do Universo, que nos santificaste com Teus preceitos e nos ordenaste a leitura da Meguilá.
Baruch atá Adonai, Eloheinu melech haolam, sheassá nissim laavoteinu baiamim hahem bazman hazé. Bendito és Tu, ó Eterno nosso Deus, Rei do Universo que fizeste milagres para nossos pais naquele tempo, nesta época.
Baruch atá Adonai, Eloheinu melech haolam, shehecheianu vekiemanu vehiguianu lazman hazé. Bendito sejas Tu, Adonai, nosso Deus, Rei do Universo, que nos mantiveste em vida e nos sustentaste e nos permitiste chegar a este momento de alegria.

Após a leitura da Meguilat Ester:
Baruch atá Adonai, Eloheinu melech haolam, harav et rivenu, vehadan et dinenu, vehanokem et nikmatenu, vehameshalem gmul lechol oivei nafshenu vehanifra lanu mitsarenu. Baruch atá Adonai, hanifrá leamó Israel mikol tsareihem, hael hamoshia. Bendito és Tu, ó Eterno nosso Deus, Rei do Universo que defendes nossa causa, julgas nosso juízo, Te vingas por nós, pagas o merecido a todos os inimigos de nossas almas e cobras de nossos adversários. Bendito és Tu, ó Eterno nosso Deus ...Salvador.